quinta-feira, 6 de abril de 2023

Um teto para a herança

 Os mais ricos fazem parte da sociedade. Sem ela, não existiriam. Por isso a comunidade pode estabelecer parâmetros para a existência dessas acumulações, pensando no que é melhor para todos, no sentido de evitar que elas sejam prejudiciais para o conjunto. Sabe-se que uma pessoa muito rica pode auxiliar no desenvolvimento de coisas boas para todos, mas também pode, a partir de uma magnitude, distorcer a sociedade conforme seus interesses. Assim,  creio que um dos parâmetros será um dia taxar fortemente as heranças e até estabelecer um máximo, por exemplo, uns 350 milhões. Mas isso será lá no futuro (se houver).

Dupla natureza do homem

 É preciso ter a pertinência de distinguir a extrema-direita da direita, mas também ter a coragem de distinguir a extrema-esquerda da esquerda. A e-d quer que só haja o indivíduo: se quiser matar, mata; se quiser não vacinar, não vacina; se quiser passar o farol vermelho, tudo bem. A e-e quer que o homem seja somente social, como uma formiga, que atua somente para o grupo, nunca para si. Essas duas posições extremas não suportam a mistura indivíduo-sociedade, que é a verdadeira (dupla) natureza humana. Pense nos melhores times da história do futebol. Eles manifestaram nossa dupla natureza.

domingo, 2 de abril de 2023

Linguagem verbal, maldade e educação

 Penso que a maldade não existe sem a linguagem verbal; nem a ética. A maldade precisa da linguagem verbal para ser concebida, e a ética só tem razão de ser se a maldade pode ser concebida. É por isso que a educação é absolutamente essencial para a condição humana: ela tem a função de nos ensinar a domar a linguagem verbal para não concebermos a maldade. Pode notar, não há um folclore ou uma cultura no mundo todo que esteja a serviço da valorização da maldade. Por exemplo, não há em lugar nenhum uma música que fale de como é divertido matar.  A linguagem verbal exige a educação.