Para termos um
mundo verdadeiramente humano, precisamos desenvolver o que chamo de amor público.No dia em que nós
pegarmos um regadorzinho e formos até a praça pública mais próxima a fim de
nutrir carinhosamente uma flor ressequida, com o mesmo ou quase o mesmo amor
que colocamos no ato de pegar o nosso bebê e o levarmos para a mãe amamentar, o
mundo terá encontrado o seu caminho verdadeiro.
No dia em que prepararmos um prato de comida bem
caprichado e o levarmos até o mendigo largado na calçada, dizendo a ele: “Olha,
eu sei que nossa comida não vai resolver o seu problema, mas gostaria muito que
você a aceitasse, porque ela está gostosa demais e foi feita com muito carinho.
Experimenta!” E se, enquanto ele comer, ficarmos ali, conversando
tranquilamente, fazendo desse momento algo especial, humano, inesquecível para
ele (e para nós), então o mundo terá começado o seu caminho verdadeiramente
humano, que inclui o amor público.
Mas, fala sério, a gente não aguenta nem reunião de
condomínio!