Dinheiro não é tudo, e amor é quase tudo.
Não devemos desconsiderar a incrível tarefa
histórica que a USP cumpriu no Brasil com louvor. Formou mais da metade dos
melhores pesquisadores que temos, o que alavancou a qualidade de inúmeras instituições
superiores do Brasil inteiro, já que todos os formados não cabem obviamente na
USP. Creio que o caminho não seja desmoralizá-la, mas perceber que ela agora
precisa avançar para uma etapa mais sofisticada, que é produzir conhecimento do mesmo nível e quantidade das
melhores universidades do mundo. Cabe, portanto, a partir daqui, construir uma
base mais potente do que a que já existe para o financiamento desse sonho que é
fazer da USP um grande centro internacional de produção de conhecimento e, vale
dizer, de riqueza. Ao Nobel, companheiros!
Vivamos respeitando os
direitos dos outros. Um belo primeiro passo para uma vida melhor.
O Brasil precisa
valorizar os inovadores, pois são eles que constroem a riqueza. É fácil
reconhecê-los: geralmente apresentam olhos arregalados, cabelo despenteado e
vivem falando, entusiasmados, "Tive uma ideia!"
O Brasil jamais
escapará do fato de ter sido maduro por um pequeno período de sua história.
Refiro-me ao período que engloba o governo de FHC e o de Lula. Pela primeira
vez na nossa história, uma corrente política aceitou e complementou a contribuição da outra. FHC estabilizou a economia,
e Lula teve a sabedoria de não mexer nessa conquista e acrescentar uma inédita
política de justiça social. Não adianta espernear, Brasil, você cresceu!
Será que não
está chegando a hora de a psicologia contribuir mais efetivamente para a
solução de problemas sociais? Não haverá uma espécie de cartesianismo
inconsciente que reserva o que é social para as ciências sociais, a política, a
filosofia e afins, e a psicologia fica para o mundo privado?
É preciso esvaziar as
cadeias deixando lá somente quem causa sofrimento direto ou rouba dinheiro
público. Os outros criminosos, que cumpram trabalho comunitário.
Impressiona-me, nesses
debates sobre Cingapura, que quase ninguém, ou ninguém, destaca uma ação
pública inteligentíssima, humana e eficaz que acontece praticamente só lá: as
premiações (p. ex. cheques no valor de 100 dólares) por comportamento respeitador das leis. Esta, que encontra suporte na mais
importante contribuição do behaviorismo, qual seja, a comprovação de que o
reforço positivo educa mais e com mais consistência do que a punição, parece
não ser notada ou não interessar. Só se nota o que é "mais do mesmo",
tentativa de controlar o ser humano à força. Só se nota o que é detestável, lá
ou em qualquer outro lugar.
Enquanto o Brasil não
souber o que fazer com seus negros e negros/mestiços, não haverá solução.