sábado, 24 de novembro de 2012

Cem poemas bonitos do Brasil



26- As palavras

                              Vanessa da Mata  


As palavras saem quase sem querer
Rezam por nós dois
Tome conta do que vai dizer
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros.
Se quiser ouvir
É fácil perceber                                        

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração

Tentei
Rasguei sua alma e pus no fogo
Não assoprei
Não relutei
Os buracos que eu cavei
Não quis rever
Mas o amargo delas resvalou em mim
Não me deu direito de viver em paz
Estou aqui pra te pedir perdão

As palavras fogem 
Se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem, ou me fazem dormir
Adoecem, curam ou me dão limites
Vá com carinho no que vai dizer



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cem poemas bonitos do Brasil





25- Hino à Bandeira Nacional
                                                                 
                                                                              Letra: Olavo Bilac
                                                              Música: Francisco Braga


Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.



Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!


Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.


Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!



       Contemplando o teu vulto sagrado,
       Compreendemos o nosso dever;
       E o Brasil, por seus filhos amado,
       Poderoso e feliz há de ser.

       

       Recebe o afeto que se encerra
       Em nosso peito juvenil,
       Querido símbolo da terra,
       Da amada terra do Brasil!


       Sobre a imensa Nação Brasileira,
       Nos momentos de festa ou de dor,
       Paira sempre, sagrada bandeira,
       Pavilhão da Justiça e do Amor!


       Recebe o afeto que se encerra
       Em nosso peito juvenil,
       Querido símbolo da terra,
       Da amada terra do Brasil!



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cem poemas bonitos do Brasil



24- A maior riqueza do homem é a sua incompletude                                                                         

                                                                     Manoel de Barros


A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

3 - Que palavra é esta?


Idéia sobre determinado elemento da realidade criada antes de se conhecer de fato esse elemento.
                                       
a)      preconceito
b)      oposição
c)      comentar
d)      determinado
e)      juventude


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Cem poemas bonitos do Brasil (haicai)



23- Os tristes
                                   Helena Kolody


Em seus caramujos,
os tristes sonham silêncios.
Que ausência os habita?





Pesquisa feita em:
Boa Companhia. Org. Guttilla, Rodolfo Witzig. São Paulo:  Companhia das letras, 2009. 

Cem poemas bonitos do Brasil (haicai)




22-  Pescaria
                                 Guilherme de Almeida


        Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
     Pesco  uma estrelinha.





Pesquisa feita em:
Boa Companhia. Org. Guttilla, Rodolfo Witzig. São Paulo:  Companhia das letras, 2009. 

Cem poemas bonitos do Brasil (haicai)




21- Desolação
                               Cyro Armando Catta Preta


Fim de estrada. Só.
Sem espaço para os passos.
Adiante e atrás: pó.  



Pesquisa feita em:
Boa Companhia. Org. Guttilla, Rodolfo Witzig. São Paulo:  Companhia das letras, 2009.