quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
Penicilina social
Eu tenho uma quase convicção, a de que vivemos em um mundo anterior à descoberta da penicilina social. Creio que surgirá uma tecnologia social que eliminará a distância socioeconômica e a pobreza, como a penicilina fez com as infecções (Quem, antes dela, acreditava que haveria o fim das infecções?). E não falo aqui de revolução, esse procedimento arcaico, mas de alguma abordagem científica, talvez sociopsicanalítica. Já existem subsídios teóricos para isso, mas falta pavimentar o caminho para essa "penicilina".
Renda básica para os adolescentes!
Existe um bloqueio da inteligência para problemas sociais. Somos um pouco burros diante do coletivo. Por exemplo, em relação à ideia de renda básica, muitos acham que se trata de sustentar vagabundos; outros, que é o único modo de melhorar a vida dos mais pobres. Ou seja, ideias simplistas e reducionistas. Mas há visões bem interessantes entre esses dois extremos grosseiros, que nem são aventadas. Uma delas, de que gosto muito, é a de que a renda básica pode começar como um apoio para a entrada no mundo adulto dos formados no Fund. II - a formação cidadã. E iria até os 25 anos. Assim, todos esses recém-formados passarão a receber uma pequena quantia, digamos, 60 reais por mês. Ora, esse pouco será muito bem-vindo pelos adolescentes, pois poderão fazer algumas coisas boas e se sentirão mais incluídos (claro que aqui penso mais nos mais pobres, mas todos receberiam). Isso certamente terá também dois importantes aspectos positivos indiretos: melhorará o compromisso com os estudos básicos e diminuirá a pressão para a entrada na criminalidade dos mais desestruturados.
Viu? Não podemos ter uma renda básica mais inteligente?