quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ensino presencial ou interativo?




Tenho a impressão de que se pararmos de utilizar o termo presencial para distinguirmos as aulas em que as pessoas estão presentes, em relação às que ocorrem via computador, e passarmos a distingui-las não pela presença física, mas pelo que as caracteriza funcionalmente, que é a grande possibilidade de interação entre professores e alunos, abriremos um novo horizonte para configurar formatos inovadores de cursos até mesmo do nível fundamental.  Porque, assim, poderemos colocar praticamente na mesma classificação aulas convencionais com aulas via computador, desde que estas permitam a mesma interação com o professor - bastando para isso garantir que o evento seja ao vivo e que haja um número de alunos igual ao que há na aula “presencial”.  E com os status desses dois tipos de aulas equiparados, haverá como pensarmos em cursos, mesmo fundamentais, com bastante participação de aulas via computador.

Podemos imaginar algumas boas vantagens advindas dessa mudança conceitual.  Aulas via computador com a turma habitual poderia quebrar a rotina e aumentar a motivação, ou simplesmente conseguir um tipo de atenção que o aluno teria dificuldade de praticar estando junto com seus colegas dentro da velha e boa sala de aula. Formatos novos como o professor de plantão online para tirar dúvidas, mesmo com o aluno na escola, poderão existir.  Além disso, abre-se um imenso campo de possibilidades de convênios entre escolas diversas.  Por exemplo, parte das aulas de idiomas sendo realizadas por escolas especializadas. Ou um centro online de professores apoiando os alunos de escolas públicas ou particulares, principalmente aqueles que querem aprender bastante e acabam prejudicados pelo ambiente escolar físico.  


Muito importante é que com essa mudança conceitual será possível equiparar legalmente, por terem a mesma interatividade, a aula de presença física e a aula virtual que tenha o mesmo número de alunos, vale dizer, essas aulas virtuais poderão valer como presença oficial e participar da composição de dias letivos oficiais.


A par disso, outras atividades virtuais e presenciais serão igualmente classificadas de acordo com seu nível de interatividade. Por exemplo, aula virtual ao vivo para mil alunos será considerada uma aula com baixa interatividade, tanto quanto uma aula magna, presencial, para a mesma quantidade de alunos ;  no modo virtual, caso haja tutores suficientes para permitir durante a aula a solução de dúvidas e outras interações, o status será de uma aula de média interatividade.  Aulas gravadas serão consideradas aulas sem interatividade, ou de interatividade baixa/média, caso o curso ofereça uma tutoria de plantão. E aulas particulares online serão consideradas de interatividade total.

Talvez essa mudança de critério venha a ser a tábua de salvação da aprendizagem da maioria de nossos alunos, tanto no sistema público quanto no particular. Pensemos nisso seriamente.