quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Frases minhas do Face - 2





* Quando estiver vivendo um bom momento, não pense que ele vai acabar, pense que ele está existindo.




* Proponho um sistema que proteja as crianças das loucuras dos adultos. Nos EUA e orientais, é o sucesso a qualquer custo; em países governados pela religião, há a imposição fanática que sempre acaba em guerra ou em comportamentos excruciantes; quanto a países de corruptos como o nosso, as crianças são simplesmente abandonadas. E há muitas outras loucuras adultas sendo impostas às crianças pelo mundo afora.  Como as crianças dependem dos adultos mais próximos, torna-se necessário um sistema poderoso que possa impedir ou minimizar tudo isso.



* Até hoje, todas revoluções foram absorvidas pelo sistema. Que a próxima revolução absorva o sistema!

 


* O socialismo será implementado quando der lucro.

 

* E se a gente fosse para uma rua, em grande grupo, e a limpasse completamente, com todo o cuidado que reservamos aos espaços internos de nossas casas? Não seria um ato político bacana?




domingo, 6 de janeiro de 2013

Escola

                                                                                                    
Esse assunto me fascina, mas também entristece porque é muito difícil de resolver.  No intuito de produzir algum esclarecimento útil, vou tentar abordá-lo por um ângulo mais especificamente educacional, e não pelo ângulo costumeiro que localiza sua crise como um interesse político reacionário (desejo de manter as pessoas na ignorância para melhor controlá-las).
Há mais ou menos quarenta anos, a escola (ótima para os oito alunos de cada classe que conseguiam se formar no ginásio), na tentativa de ser menos repressora e excludente, procurou criar técnicas que ensinassem mais a quem aprendia pouco, ou, o que é quase a mesma coisa, que ensinassem a quem não queria aprender.  Passado esse tempo, o saldo é o pior possível, pois quem não quer aprender continua igual; e quem quer, sente-se como que relegado a um injusto segundo plano.  Com isso, até mesmo esses últimos (com raríssimas exceções) ficam muito despreparados, abaixo de seus respectivos potenciais.

Nesse ínterim e nesse sentido, foram desenvolvidos e aplicados monstrengos teóricos como o “construtivismo”, que basicamente coloca uma ênfase absurda na construção do conceito por parte do aprendiz – aquele processo de aulas divertidas que termina com o aluno dizendo “Entendi!” –   mas que despreza completamente outras etapas fundamentais, as quais envolvem treinamento, como a de ensinar o aluno a aplicar esses conceitos e, a mais importante, de ensiná-lo a aplicá-los bem e em um tempo socialmente hábil  (não adianta o médico saber como é a operação, ou precisar de 30 dias para fazê-la com qualidade,  é necessário que a faça bem e em tempo aceitável).  

Enfim, estacionando os alunos na fase do “Entendi!”,  não permitimos que sua ação fosse enriquecida pelo “conhecimento” adquirido.

A solução: para ensinar os que não querem aprender, ou que aprendem pouco, o caminho é levar em conta o que já se sabe sobre as várias inteligências humanas, para assim procurar e ensinar mais o que cada um quer mais aprender.  E ensinar completamente, vale dizer, passando por todas as etapas referidas aqui.

O ser humano é diverso, plural e precisa de treinamento para integrar o conhecimento à sua realidade; portanto, que as escolas sejam assim também.  Escolas multifacetadas e treinadoras.
                                                                                                         Humberto Cosentine

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

E se nós começássemos pedindo desculpas?



                                                                               

Discurso de arrependimento de nossos poderosos.


Queremos pedir desculpas.

Desculpas por termos forjado o governo Collor...

Desculpas pela destruição do ensino público básico...

Desculpas pela universidade gratuita ser para os ricos...

Desculpas por não aprovarmos logo a renda de cidadania,
que acabaria  com a miséria absoluta...

Desculpas por deixarmos passar na TV milhares de cenas de violência explícita 
enquanto as crianças ainda estão acordadas...

Desculpas igualmente pelas cenas de sexo na TV...

Desculpas por respeitarmos interesses excusos em troca de dinheiro depositado
em nossas contas no exterior...

Desculpas pelo fato dos ricos criminosos nunca cumprirem penas de prisão para valer...

Desculpas por permitirmos propaganda de cigarro e bebida alcoólica, além do mais,
propositalmente atraentes para as crianças...

Desculpas pela TV não estar obrigada a incluir crítica independente a seus programas,
propagandas e respectivos produtos...

Desculpas por saborearmos guloseimas a todo momento, 
enquanto suas crianças sentem fome...

Desculpas por não exigirmos que os piores criminosos trabalhem na cadeia...

Desculpas por deixarmos a violência assolar o país inteiro, 
enquanto blindamos nossos carros...

Desculpas por termos cuidado primeiramente dos direitos humanos dos criminosos, 
e não dos direitos da pessoas pobres honestas...

Desculpas por não termos vendido muito antes a energia do álcool ao mundo...

Desculpas por impedirmos que as escolas públicas se tornem centros de lazer e cultura
nos finais de semana...

Desculpas por utilizarmos sistematicamente os nossos inteligentes de Oxford, 
Harvard, Sorbonne e congêneres para projetar e manter, milimetricamente, 
o distanciamento social entre nós e vocês...

Desculpas por não sentirmos carinho genuíno nem ao menos por suas criancinhas, 
quanto mais por vocês...

Desculpas por não valorizarmos a sua cultura da alegria como antídoto
 para a cultura da violência...

Desculpas por desapropriarmos com facilidade quarteirões inteiros 
para construirmos viadutos, avenidas e metrôs,
qualquer coisa que permita superfaturamento,
mas nunca fazermos o mesmo para construirmos muitas quadras esportivas
 na periferia violenta...

Desculpas por não nos sentirmos parte de vocês...

Enfim, será que se nós pedirmos todas essas desculpas (e outras ainda), 
vocês nos perdoarão e concordarão, claro que após as devidas reparações, 
em construir conosco uma nação de verdade?
                                                                     
                                                                                        Humberto Cosentine