Imagine-se fazendo uma dobradura. Você vai dobrando, dobrando, em diversos pontos da folha, até completar o trabalho. Até aqui, nada de mais.
Mas, agora, pense em quantas vezes você segurou o papel e quantas vezes você o soltou enquanto fazia todas as dobras necessárias? Cada dobra não poderia ser realizada se você permanecesse apenas segurando a folha de papel, ou se apenas a deixasse solta. Foi necessário segurar e soltar, segurar e soltar, segurar e soltar,... Inúmeras vezes.
É isso!
Percebi que quando falamos da necessidade de desenvolvermos o desapego, não notamos algumas imprecisões. Costumamos pensar nisso somente para situações maiores ou especiais, quando na verdade deveríamos vê-lo como essencial em todos os momentos e passos de nossas vidas. E o mais surpreendente: não precisamos somente de desapego, mas também de apego. O que não pode é a fixação no apego, ou mesmo no desapego!
Em outras palavras: segurar sempre não dá certo e soltar sempre também não. O que funciona é segurar e soltar, segurar e soltar, segurar e soltar,... Indefinidamente.
Enfim, para vivermos satisfatoriamente, precisamos executar a sequência contínua apego-desapego, o tempo todo, nas menores e maiores coisas da vida.